quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Velocidade...

É um dado adquirido que o trânsito em Luanda é caótico. Porém, hoje voltou a surpreender-me com o estabelecimento de um novo recorde. 1h 56 minutos para percorrer os 10 km’s que separam o hotel do local de trabalho. Até a caminhar, calmamente, seria mais rápido. No entanto, nem tudo corre (ou será anda?) mal. Quando já nada o fazia prever, temos casa para a última semana. Com maior comodidade e mais perto do emprego, estão reunidas as condições para gozar mais e melhor o tempo livre. No sentido de maximizar o entretimento nas horas livres, já estão a ser feitos planos para o fim-de-semana prolongado (segunda-feira é feriado) que se avizinha. O objectivo é, nada mais, nada menos que Benguela. Por agora é tudo…, são horas de dormir e ainda tenho camisas para dobrar. Não é fácil a vida em África…

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Lazer

Primeiro fim-de-semana em Luanda, saída natural para a praia. Foi no sábado à tarde, com vento moderado e algumas nuvens. A água não desiludiu (mas também não impressionou), ainda assim, com tendência para melhorar até ao final do ano. Ao jantar apostei na lagosta grelhada com batata frita e o estrago ficou no número mágico por estas bandas. 4600 kwanzas (cerca de 46 euros). Com a discoteca (Eden) mesmo ao lado do restaurante (Caribe) a entrada tornou-se inevitável. Mais 20 euros, com direito a 5 bebidas. O som oscilava entre o que estamos habituados em Portugal e alguns slows angolanos. Destaque ainda para o CREU, também presente, mas com uma coreografia deveras revigorante. A noite prolongou-se até ao dia e hipotecou a ida para o Mussulo. Sem outra opção, tivemos de descansar, tranquilamente, na piscina do hotel. Posso adiantar que estou em grande forma, duas piscinas e meia dúzia de braçadas foram suficientes para ficar a arfar. Talvez seja da água, mais densa que o habitual…

P.S.: A net não permite, de facto, fazer upload de fotos para o blog…

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Esforços

Finalmente, a primeira extravagância em Luanda. Como pretexto, um jantar de despedida para os colegas que regressavam a Portugal. Ao escolher a ementa, opto, pela primeira vez, por um prato de peixe. Filetes de linguado panados com molho de camarão. Banais. Excepto no preço, 46 euros, o que estabeleceu um novo e doloroso recorde pessoal para uma refeição…

A praia já reservou, por completo, o fim-de-semana. No Mussulo, para ser mais preciso. Excepção feita à noite de sábado, dedicada, claro está, ao reconhecimento da vida nocturna. Com tantas condicionantes, e uma notória falta de tempo, não auguro actualizações nos próximos dias. E assim termino, completamente exausto, com o corpo a pedir descanso há mais de uma hora…

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Novidades

País diferente, cidade desconhecida, novos hábitos. A alvorada passou para as 6h da manhã, algo outrora impensável. Consequentemente, a hora de deitar adiantou-se como há muito não se via. Por volta das 22h15 acaba o dia, cedo demais para experimentar a piscina ou o ginásio do hotel. O tempo (do relógio) esvai-se em três fases: dormir, trabalho e nas viagens, do trânsito surreal, do hotel para o emprego e vice-versa. No centro de Luanda é notório o crescimento da cidade: o porto revela uma quantidade inacreditável de navios à espera para descarregarem e surgem prédios portentosos, a crescer em cada esquina. O tempo (do clima) ainda não convenceu. Abafado, mas cinzento. Quase sempre a ameaçar chuva. Ainda assim, já foi possível observar, com céu azul, e registar com fotos, o pôr-do-sol na baía. Para esgotar as novas, só falta acrescentar que já provei gindungo. Leigo na matéria, classifico-o como é, indistinguível dos restantes, ou seja, picante. Em jeito de previsão, desde já afirmo que a aproximação seguinte à cozinha angolana passará pela lagosta, provavelmente já neste fim-de-semana, de modo a compensar os jantares mais modestos durante a semana corrente. :P

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Primeiras impressões

23h35. O voo parte da Portela com 20 minutos de atraso. Destino Luanda. Descolagem tranquila, nem se notou o avião a desprender-se do solo. Poucos minutos volvidos, servem o jantar (o segundo do dia), opto pela carne com arroz de cogumelos. Não foi propriamente um acepipe, mas também não envergonhou. Destaque para a entrada de patê de frango, simplesmente intragável. De barriga cheia, confirmo a primeira impressão que tive quando entrei no A320: as pessoas de cor contam-se pelos dedos da mão. Detalhe engraçado. Pelo contrário, minutos antes da aterragem, a cor da terra não engana: tijolo vivo e abundante. Na alfândega, os passaportes são entregues ao senhor Januário, que num passo de mágica, regressa com eles carimbados. Logo após, aparece o motorista que nos há-de guiar até ao hotel. Andamos uns bons 200 metros e a partir daí estagnamos. Carros atrás de carros, numa fila contínua para qualquer destino que envolva o centro de Luanda. 1h20 para fazer 9 km’s. Aparentemente normal, dizem. A cidade apresenta-se suja e velha. A caminho do hotel, o cenário não melhora: temos uma estrada alcatroada (em que as faixas de rodagem não estão definidas e são variáveis em tempo real) e à volta temos barracas, algumas em cimento, não raras em chapa e latão, este último constante em quase todos os telhados. É uma imagem desoladora, a mescla de pó sai da estrada, prolonga-se e contamina tudo o resto de forma amorfa. O marasmo mantém-se e acentua-se indiferente à brutalidade do que se presencia. O olhar prende-se em autênticas lixeiras a céu aberto, com as crianças a cirandarem alegremente por lá. Aqui e ali vêem-se militares armados. Para onde quer que se olhe as diferenças são gritantes…

Continuando a crónica, o almoço foi banal mas nem por isso barato, cerca de 15 euros para uma costeleta de porco panada com arroz simples, tudo regado com água. Último registo digno de nota, às 18h15 já é totalmente de noite. Para terminar, espero compor a descrição do que falo com algumas fotos… Até lá, ficam as sugestões das palavras.

domingo, 19 de outubro de 2008

O regresso

Após uma ausência demasiado prolongada, volto a dar vida a este espaço. Os tempos de estudante já passaram, regresso como trabalhador e é pelo trabalho que trago novidades. Parto hoje para Angola para enfrentar o primeiro desafio profissional. Expectativa é a palavra de ordem. Ainda assim, acredito que vai ser uma experiência diferente e, acima de tudo, enriquecedora. Na medida do possível, isto é, dependendo das condições tecnológicas locais, vou tentar manter o blog actualizado.

Por agora é tudo. A próxima comunicação já será em Luanda. Até lá!