terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Ett år

Há precisamente um ano terminou a maior aventura, até ao momento, da minha vida. Para relembrar, evoco um trecho do que escrevi no relatório da cadeira de Portfólio Pessoal III sobre o assunto:

(…)

“Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me.” (Bernardo Soares – Livro do Desassossego)

Este bem poderia ser o meu estado de espírito por ter terminado uma experiência irrepetível. Pelo país, pelo método de ensino, pelos novos amigos que ficam. Mas, ao rever tudo o que passei, sinto-me, sem falsas modéstias, engrandecido. Por ter conseguido superar as contrariedades que surgem naturalmente quando não estamos no nosso meio, com autonomia e maturidade. Por ter aproveitado o desafio e a aventura sem restrições. Por sentir que ao mudar (de ares), me transformei como pessoa, confiante e preparada para o futuro que espero promissor.

Por tudo isso, considero o programa Erasmus uma oportunidade imperdível e fortemente proveitosa na construção permanente do que somos, em busca daquilo que todos queremos. Apenas e só, o melhor.

Magister dixit. :P

domingo, 27 de janeiro de 2008

I can't remember anything

Há muito que era pensada e discutida. Aproveitando uma conjugação de factores propícios, concretizou-se. Falo da visita à exposição Berardo.

O dia começou abusivamente madrugador, pelo menos para os meus padrões recentes, com a saída para o casino na noite anterior e a conversa até às tantas a não ajudarem no despertar. Detalhes. Para compensar, houve pequeno-almoço, com bolo incluído, algo raro nestes dias. Devidamente preparados, seguimos viagem para Belém. E aqui começa (ou será que acaba?) o meu prodigioso sentido de orientação. Sem qualquer engano, estaciono o carro num lugar equidistante do CCB e dos pastéis de Belém, já antecipando o apetite voraz pela cultura… gastronómica. Ainda assim, seguimos para a exposição, chegando às 11h e 40. Com um timing perfeito, apercebemo-nos que a visita guiada começaria dentro de poucos minutos. Aproveitámos o tempo que restava para conhecer o espaço exterior circundante, com destaque para o jardim da água. Um conselho amigo, não se deixem iludir pelo aspecto confortável dos bancos à entrada da exposição, o conchego é rapidamente dissipado pelo contacto agreste com a superfície dura dos mesmos. O guia chega e dá início à apresentação. Para um leigo como eu, a exposição resume-se a obras de arte dignas desse nome e outras a roçarem o cómico pelo que valem. Uma tela branca a exibir-se a si mesmo e não como suporte de pintura, uma tela monocromática num azul patenteado por Ives Klein, as linhas perpendiculares e paralelas de Mondrian, a busca incessante do inconsciente de Miró, entre outros, são os exemplos que mais me chocam. Mas, para mim, o fascínio, nestes casos, reside nas diversas interpretações das obras, que o guia debitava quase mecanicamente, capazes de construírem um mundo que extrapola por completo a realidade visível das mesmas. Acabada a apresentação da exposição, vagueámos um pouco por algumas das salas que ainda não tínhamos visto. Com o (meu) relógio biológico já a dar horas, o que provocou um ligeiro desnorteamento para encontrar a saída, seguimos para os pastéis de Belém. Para não variar, a fila estendia-se pelo passeio, ainda assim com tamanho insuficiente para nos demover do nosso propósito. Já aviados com lembranças para as famílias, partimos para casa com um dilema premente: o que almoçar? Recorrendo aos nossos vastíssimos dotes culinários, optámos pela lasanha (cozinhada no microondas), que se revelou um tudo-nada salgada. Da salada, qual acepipe, não me pronuncio, desconfiando contudo do tempero... Já recompostos, prosseguimos o roteiro cultural pela baixa lisboeta. À saída do metro, outro pequeno momento de desorientação (a falta de hábito é tramada), corrigido a tempo, o que nos levou até à Brasileira. Daí fomos até ao largo Rafael Bordalo Pinheiro, descendo até ao elevador de Santa Justa. Lá chegados, curiosos por saber o preço de uma viagem, verificámos que a bilheteira se encontrava fechada, mas nem tudo estava perdido, uma vez que um papel indicava a Praça da Figueira como salvação para comprar bilhetes. Avançámos então até lá, para novamente nos depararmos com outra bilheteira fechada e mais um papel a apontar, desta vez, para a Casa da Sorte. Sorte nem vê-la, já que a loja se encontrava fechada. Desistimos da ideia e optámos por uma vista mais térrea. Passámos pela igreja de S. Domingos, Coliseu dos Recreios, Politeama, Hard-Rock Café e ainda pelo Teatro Nacional D. Maria II. Ao descer os Restauradores demos de caras com o famoso Emplastro. Do Rossio, partimos, pela Rua Augusta, ainda a tempo de gozar o Sol e a claridade que se faziam sentir, até ao Terreiro do Paço, onde já extenuados, estreámos a estação de metro. Mudança de linha na Baixa-Chiado e, para não variar, mais um engano, agora com proporções consideráveis. De facto, nunca me dei bem com aquela estação… Sem mais sobressaltos, regressámos, por fim, a casa…

I can’t remember anything else…

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Actualizações

Nestes últimos dias a escrita tem sido reservada para a tese, o que não propicia situações dignas de figurarem neste espaço… No entanto, e para romper com o marasmo, na quarta-feira houve jogo de futebol na antiga escola do Cristiano Ronaldo, já na altura famoso pelos seus dotes futebolísticos e carisma dentro do balneário... Continuando no campo das novidades, ontem tivemos o jantar de despedida da Inês, prestes a embarcar na aventura Erasmus, com partida marcada para domingo, destino Sardenha. Com uma horita de atraso, o convívio começou e decorreu sem sobressaltos. Já saciados, seguimos para Santos. Nesta altura, depois do mote dado no jantar, com prendas e discursos sentidos, o álcool, aliado às fortes emoções, precipitou um caudal de lágrimas às pessoas mais sensíveis. Julgo até ter vislumbrado uma lágrima no olho direito do Calisto… A noite prosseguiu, com o resto do pessoal na discoteca, mas nós optámos por regressar a casa, já que a vontade para dançar escasseava e, vendo bem, hoje também é dia de trabalho...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Brincadeiras

Com chegada prevista para sexta passada, só esta tarde deu sinal de vida. Em pouco mais de 5 minutos já deixou a sua marca: arrasou, indelevelmente, todos os antebraços que apanhou. Refiro-me ao novo brinquedo, a Powerball. Comprado de rompante, tenho noção de que não constitui, à partida, um grande investimento. Ainda assim, acarreta algumas expectativas: irá aumentar a força dos braços e ombros, isto segundo a publicidade que acompanha o giroscópio (se dispensar o ginásio, revela-se, de facto, uma aquisição proveitosa) e, quanto mais não seja, potencia a exacerbação dos níveis de competitividade entre os amigos, na busca sôfrega de mais uma rotação. O mais certo mesmo, e que já se verifica, é servir de pretexto para reforçar a inércia instalada, consumindo quantidades estapafúrdias de tempo. Por isso, resta-me tomar a única decisão ajuizada: voltar a brincar! :D

domingo, 13 de janeiro de 2008

Reincidências

Posso dizer que este começo turbulento fez jus ao nome do blog. Nem tanto pela falta de verve, mas pela indefinição do propósito do mesmo… Depois dos relatos da experiência de Erasmus, várias vezes foi pensada e sugerida a criação de outro blog que mantivesse o prazer da escrita e, já agora, da leitura também. Reconheço, agora, que essa tarefa é deveras complicada. Aqui, a matéria-prima é substancialmente diferente. Ao invés da Suécia, não existe uma sensação de descoberta a todo o momento, onde qualquer acontecimento banal justificava um post. Foi necessário um período de reflexão para ultrapassar este obstáculo conceptual e, no fundo, vislumbrar o que era óbvio. Assim, oscilando entre crónicas e pensamentos dispersos, o objectivo mantém-se: registar para recordar. É este o fio condutor do blog, simples e objectivo. Claro e abrangente.

(Trans)Posto isto, o primeiro post revela-se naturalmente, com semelhanças inverosímeis, confesso.

Reincidências na noite. Afinal, era uma cena tão simples. :)

sábado, 5 de janeiro de 2008

Início

. Do ponto, a explosão...